domingo, 19 de setembro de 2010

Lápis e Desenhos

Coletânea de desenhos do aluno e integrante da Rádio Vida na Escola Jorge Menezes em videocast. Vamos apreciar!



quinta-feira, 16 de setembro de 2010

História da rádio e da TV no Brasil

Para se falar de rádios educativas é preciso saber para que nasceram as rádios.
Afinal o rádio nasceu no Brasil com o intuito educativo e cultural e hoje são pouquíssimas
rádios que  trabalham nesse sentido.
É possível que o rádio propicie aos ouvintes programas que tenham conteúdo que vá além do simples entretenimento?
A mídia em geral, e especialmente o rádio, podem ser utilizados como instrumento de democratização do saber e de complemento do ensino formal?
Primeiramente, iremos descrever como nasceu o rádio no Brasil e a sua relação com o Governo desde o princípio, fazendo uma rápida apresentação da política de concessões de rádio e TV que sempre atendeu aos interesses de um grupo privilegiado.
Um resumo de como se desenvolveu a política de concessões desde a década de 20, início do rádio no Brasil, traz dados que apontam para uma realidade na qual as leis se sobrepõem, ao mesmo tempo em que limitam, a ação dos poucos políticos que têm interesse em fazer avançar a democratização da comunicação em nosso país. Nunca houve uma política democrática de concessões e nem uma legislação que realmente as controlasse. Até 1988, a legislação que regulamentava as concessões de rádio e televisão no Brasil atribuía ao presidente da República poder absoluto. 
Foi o último presidente do Regime Militar um dos principais responsáveis pela distribuição de emissoras. No governo do general Figueiredo (1979-1985), foram feitas mais de 700 concessões de rádio e televisão, o que representa mais de 1/3 do total das emissoras existentes desde o surgimento da radio difusão no Brasil. “Boa parte dessas concessões foi outorgada por motivos políticos e a empresários e parlamentares ligados ao governo” (Herz,1989,p.51). Com o fim do Regime Militar veio a abertura democrática. E então, mesmo depois do apoio que recebeu do Regime Militar para implantar a Rede Globo, Roberto Marinho se convenceu a apoiar Tancredo Neves na disputa do Colégio Eleitoral. Mas em troca garantiu um homem de sua confiança para ser o ministro das Comunicações: Antônio Carlos Magalhães.
Com a morte de Tancredo, José Sarney, presidente, ministro das Comunicações, está traçado o quadro ideal para o que se pretendia fazer com o poder que o governo tinha nas mãos. Nos cinco anos da gestão Sarney (1985-1989), foram distribuídas, com o envolvimento direto do então ministro das Comunicações, 1.091 concessões. Vários estudos comprovam que essas concessões foram em troca do voto pelos cinco anos de mandato do presidente Sarney. Em Setembro de 1988, mês que antecedeu a promulgação da Constituição, foram dadas 257 concessões de rádio e TV e a edição do Diário Oficial do dia 29 daquele mês registrou 59 concessões. Até o final de 1995, em todo o Brasil já haviam sido dadas 3.208 concessões.
A atual Constituição, promulgada em 1988, ao definir que as concessões e renovações devem passar pelo Congresso, mudou apenas formalmente esta política. Fica difícil imaginar os parlamentares votando contra si próprios ou seus colegas, já que está comprovado que uma grande parcela dos parlamentares possui emissoras de rádio ou TV.
O próprio Código Brasileiro de Telecomunicações de 1962, que ainda não foi revogado e regulamenta a concessão de rádio e TV, não é cumprido em diversos tópicos, como o que determina que os seus administradores não podem estar no exercício de mandato eletivo que lhes assegure imunidade parlamentar, nem exercer cargo de supervisão ou assessoramento na administração pública do qual decorra foro especial. Alguns políticos se escondem atrás dos chamados “testas de ferro”, pessoas da família ou de sua confiança oficialmente colocados como proprietários das emissoras. Em Março de 1995, segundo o próprio Ministério das Comunicações, 83 deputados federais e 13 senadores tinham concessões de rádio e TV. É notória também a propriedade de fato de emissoras de rádio e televisão por parte de nomes famosos na política brasileira, como Antônio Carlos Magalhães e José Sarney, entre tantos outros.
Fica evidente, assim, que a radio difusão brasileira é fruto de um “jogo político”. E que, em consequência dele, a programação, neste caso específico do rádio, transmite a ideologia que interessa a quem já domina o poder político e econômico no Brasil.  O primeiro passo para se mudar essa realidade pode ser dado com a discussão das possibilidades das emissoras educativas em nosso país.
  Mais informações no site:
http://www.alb.com.br/anaisjornal/jornal1/MesasRedondas/IveteCardoso.htm